O com que estou impressionado é com que as
pessoas sintam-se indignadas agora. eu estou há 59 anos. As pessoas parecem
achar que há quem tenha o direito de roubar e quem não tenha. O estelionato
eleitoral do FHC com tudo o que pagou para aprovar a emenda da reeleição e
depois provocar aquela maxi-desvalorização que resultou no escândalo do banco
Marca-Sindan foi menos crime do que a corrupção na Petrobras. Por que? Porque
quem roubou era da elite. O que incomoda não é o roubo em si mas o fato de o
ladrão ser alguém que não representa o tradicional, como se roubar fosse
direito adquirido por uma classe social específica. fiquei indignado quando a
Zélia deu aquela festa para comemorar o 1º bilhão de dólares enviado para o
exterior. fiquei indignado com aquela violência do Plano Collor que, a
princípio, congelou o meio circulante e, em junho todos os políticos e
empresários já tinham liberado seus recursos e o povo nunca recebeu nada do que
lhe foi tomado. Fiquei indignado quando as prestações dos imóveis subiu 80% por
conta da inflação que precedeu o governo Collor mas a poupança foi corrigida em
14% no período. Mas minha indignação vem de muito antes, vem de quando roubaram
nosso dinheiro via depósitos compulsórios sobre o consumo de gasolina
e sobre a compra de automóveis novos,ou quando caçaram-se bois gordos no pasto,
ou ainda com a corrupção no Proálcool dos anos 80, Com o golpe do café no
IBC promovido por um ex-colega nosso em 1991. O que me impressiona é a
manipulação a que os vociferantes das manifestações populares, – segundo
os organizadores, os batedores de panela e os que reproduzem disparates pelas
redes sociais preconizando o fim da democracia, a volta à ditadura militar e
coisas assim estão sujeitos. Sobretudo, fico indignado com a falta de espírito
crítico ao se passar adiante informações sem pé nem cabeça como verdades
absolutas
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